...porque as melhores coisas nunca são de saber, não há quem as saiba dizer, são coisas de ser...







sábado, 2 de outubro de 2010

Eu - Paulo Leminski




eu
quando olho nos olhos
sei quando uma pessoa
está por dentro
ou está por fora

quem está por fora
não segura
um olhar que demora

de dentro de meu centro
este poema me olha






Paulo Leminski

















Sobre ver e olhar...




Ver só pode ser, se não estivermos a olhar. É preciso tirar os olhos, pegar em coisas de ver.
Para ver nem é necessário o ver. É simples,basta entender: ver não é com olhos, nem com óculos, telescópios, microscópios ou alguma dessas coisas de fingir que se pode ver. Ver, não é um sentido sequer. Só quem sente, pode ver. Com olhos ninguém o pode fazer, não há quem consiga ver. Ver... é tirar os olhos, ficar cego e entender que a visão é um sentido que pertence ao coração.
Ver, quem o consegue fazer?...
O coração é o orgão da visão e o amor é uma coisa que só serve para ver.
Os olhos... só servem para olhar o coração a bater, pensam que podem ver...
O amor é um sentido cujo orgão é o coração, responsável pela visão. Os olhos são umas coisas de enfeitar, que nos põem a olhar e nos fazem tropeçar.
E o coração fica a ver com vontade de troçar, nem com os óculos, os tais olhos podem ter o seu olhar...






Sem comentários:

Enviar um comentário