...porque as melhores coisas nunca são de saber, não há quem as saiba dizer, são coisas de ser...







quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Poemas fazem sempre barulho...







Poetas e poemas,
poemas e poetas...
Pegar num pé de poesia.
Olhar o poema e ver um poeta.
Abrir poemas com portas, abrir palavras com poemas...
Pôr-me a escutar o barulho que um poema pode fazer,
não ouvir nada e encontrar lá dentro um poeta a pensar...
Um barulho tal que o poeta nem pode pensar...
Escreve com o barulho...
Um poeta escreve sempre com palavras que fazem barulho e o poema é a barulheira que se pode ouvir a escrever...
É por isso que poemas não pensam em poetas e os poetas nem pensam os poemas...
Tapam os olhos e escrevem com um barulho de coração a bater quando se põe a correr...
Não ouvem nada, poemas só fazem barulho, são palavras que se ouvem melhor...
Os poetas sabem disso e escrevem para ouvir palavras que ficam presas no barulho de um amor.
Poemas são para ouvir bem o amor...e poetas são aquelas pessoas que sabem fazer barulho com o coração...
Poemas são uma barulheira, poucos os escutam por essa razão, preferem lê-los e ouvir o ver do coração...
Se querem ler um poema, lembrem-se: tapem os ouvidos com a mão...










Grandes poemas assustam sempre com o barulho que podem fazer!...Poetas nunca são grandes se não fizerem barulho a escrever...












Poemas fazem barulho... talvez por isso as canções trazem dentro um poema ou será que são os poemas que têm sempre canção?!...





Porque era ela, porque era eu

Eu não sabia explicar nós dois
Ela mais eu
Porque eu e ela
Não conhecia poemas
Nem muitas palavras belas
Mas ela foi me levando pela mão
Íamos todos os dois
Assim ao léo
Ríamos, choravamos sem razão
Hoje lembrando-me dela
Me vendo nos olhos dela
Sei que o que tinha de ser se deu
Porque era ela
Porque era eu





Chico Buarque

retirado de letras.mus.com

Sem comentários:

Enviar um comentário