
Escrevo esta carta a teus lábios porque os meus há muito não páram. Não descansam, nem me descansam a mim, insistem em contar-te num beijo coisas que nem eu sei de mim.
Eu não a queria escrever, não vá eu ficar a saber, andar à minha procura e já não me conhecer. E perder-me assim de mim, não mais poder voltar ao sítio de onde vim. Tudo por causa de uns lábios que não páram de olhar para mim.

P.S. É melhor arranjar um mapa, marcar o sítio de mim, tenho medo de me perder e não te quero perder de mim. Porque o sítio de onde vim, começa numa certa marca que desenhaste em mim... um amor que não termina, não sabe o que é um fim (porque o amor só pode ser assim,ultrapassa a lei da vida, ignora a morte, não acaba)nem quem ama pode dizer: onde começa ou acaba um amor, é um infinito sempre a acontecer...
Eu quero conhecer quem já amou um dia e conseguiu esquecer... O amor fica ali em nós, até pode adormecer e quando pensamos que já não está a ser, espera caladinho, ali sentado, descansado, a ver e quando menos esperamos, põe-se logo no seu dizer e começa a aparecer. O amor é um começo infinito, um eterno acontecer... Pode mudar o seu ser, mas é amor e um amor não pode o saber do que é um desaparecer, nem o tempo o faz morrer...

Olhem bem com atenção: ele está lá sempre a ver, é amor e só o amor é capaz de ter um tal surpreender. Se já amaram, sabem o que estou a dizer, não adianta esconder, ele vai acontecer no dia que ele quiser, é amor, é o seu ser...
E se querem ver o amor, primeiro têm de se esquecer que ele está sempre ali a ver...
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