...porque as melhores coisas nunca são de saber, não há quem as saiba dizer, são coisas de ser...







sábado, 26 de junho de 2010

Carta para teus lábios



Escrevo esta carta a teus lábios porque os meus há muito não páram. Não descansam, nem me descansam a mim, insistem em contar-te num beijo coisas que nem eu sei de mim.
Eu não a queria escrever, não vá eu ficar a saber, andar à minha procura e já não me conhecer. E perder-me assim de mim, não mais poder voltar ao sítio de onde vim. Tudo por causa de uns lábios que não páram de olhar para mim.






P.S. É melhor arranjar um mapa, marcar o sítio de mim, tenho medo de me perder e não te quero perder de mim. Porque o sítio de onde vim, começa numa certa marca que desenhaste em mim... um amor que não termina, não sabe o que é um fim (porque o amor só pode ser assim,ultrapassa a lei da vida, ignora a morte, não acaba)nem quem ama pode dizer: onde começa ou acaba um amor, é um infinito sempre a acontecer...
Eu quero conhecer quem já amou um dia e conseguiu esquecer... O amor fica ali em nós, até pode adormecer e quando pensamos que já não está a ser, espera caladinho, ali sentado, descansado, a ver e quando menos esperamos, põe-se logo no seu dizer e começa a aparecer. O amor é um começo infinito, um eterno acontecer... Pode mudar o seu ser, mas é amor e um amor não pode o saber do que é um desaparecer, nem o tempo o faz morrer...




Olhem bem com atenção: ele está lá sempre a ver, é amor e só o amor é capaz de ter um tal surpreender. Se já amaram, sabem o que estou a dizer, não adianta esconder, ele vai acontecer no dia que ele quiser, é amor, é o seu ser...

E se querem ver o amor, primeiro têm de se esquecer que ele está sempre ali a ver...

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