...porque as melhores coisas nunca são de saber, não há quem as saiba dizer, são coisas de ser...







sábado, 17 de julho de 2010

(...) Amo-te tanto que te não sei amar , amo tanto o teu corpo e o que em ti não é o teu corpo que não compreendo porque nos perdemos se a cada passo te encontro, se sempre ao beijar-te beijei mais do que a carne de que és feita, se o nosso casamento definhou de mocidade como outros de velhice, se depois de ti a minha solidão incha do teu cheiro, do entusiasmo dos teus projetos e do redondo das tuas nádegas, se sufoco da ternura de que não consigo falar, aqui neste momento, amor, me despeço e te chamo sabendo que não virás e desejando que venhas do mesmo modo que, como diz Molero, um cego espera os olhos que encomendou pelo correio."(...)

António Lobo Antunes in Memória de Elefante

retirado de Giselda-desassossego.blogspot

Sem comentários:

Enviar um comentário