...porque as melhores coisas nunca são de saber, não há quem as saiba dizer, são coisas de ser...







sábado, 3 de julho de 2010

Post-it (bilhete curtinho com palavras enormes que podemos correr o risco de nunca esquecer - coisa para lembrar, não se consegue esquecer)

BILHETE
Se tu me amas, ama-me baixinho...
(...)
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho...
(...)
que a vida é breve, e o amor mais breve ainda...

Mário Quintana

RETIRADO DE O PENSADOR

O meu bilhete é assim um recadito pequeno, biliões, triliões...bastam umas poucas páginas para te falar o meu amar: um não esquecer a gritar que eu não sei um amar baixinho. O meu amar tem a altura de um eterno falar. Este é um bilhete de avisar que ele não se vai calar, só para te ouvir escutar. E tão pouco eu desconheço como não se fala, como se cala um amor, se ele fala, sem falar e põe todos a olhar. Eu não conheço um amar que não se faça notar, que se possa disfarçar. E ainda quero acrescentar, uma coisa de estranhar: uma vida é breve e finda, mas o amor, o amor que te quero mostrar, eu nunca vi, não se cala, nem sabe o que é terminar, nem a morte para o calar.



Bilhete com amor...
Se tu me amas, ama-me tão alto que meu coração em bicos de pés, possa alcançar o quase para te poder chegar. Se me queres amar baixinho, só se for um sussurar a fingir que ninguém ouve o amor que me queres gritar...
Se me queres, enfim, tem de ser pelo jeito que tens de olhar, tão fundo no seu falar que meu coração vem cá fora só para te poder espreitar...
Porque a vida pode ser breve, mas o amor sabe pôr, o tempo todo a parar e é capaz de transformar uma eternidade em segundos, nem o eterno pode bastar para um amar. O amor baralha o tempo, como qualquer jogo de sorte, até o pôr a voar e o tempo deixa-se estar pensa que lhe vai ganhar, mas é só porque o tempo nunca soube o que era amar...O amor nunca perdeu nenhum jogo de azar e eu ainda nunca vi, um tempo esquecer um amor ou haver um tempo que chegue para amar...


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